A Transparência Internacional Brasil, organização que atua no combate à corrupção e na promoção da transparência pública, manifestou preocupação com a ausência de informações claras sobre as atividades desempenhadas por Rosângela Lula da Silva, conhecida como Janja, primeira-dama do Brasil. A crítica veio após o governo federal se recusar a responder a solicitações de acesso a dados feitas por veículos de comunicação e organizações da sociedade civil.
Entre os pedidos negados estão os feitos pelo blog da jornalista Malu Gaspar, do jornal O Globo, e pela ONG Fiquem Sabendo, especializada em transparência. Essas solicitações buscavam informações sobre a agenda oficial de compromissos de Janja, bem como detalhes sobre reuniões, eventos e sua equipe de apoio.
Contexto da crítica
Bruno Brandão, diretor executivo da Transparência Internacional Brasil, destacou nas redes sociais que, embora Janja não ocupe um cargo público formal, ela exerce um papel de relevância pública. Para ele, isso exige a devida formalização e publicidade de suas atividades, conforme determinam a Lei de Acesso à Informação e a Lei de Conflitos de Interesse.
A falta de transparência, segundo Brandão, fere princípios fundamentais da administração pública, que incluem a necessidade de prestar contas à sociedade. Ele também alertou que a informalidade em torno do papel desempenhado pela primeira-dama pode abrir brechas para dúvidas e questionamentos sobre a gestão pública.
Pedidos de informações negados
Em dezembro de 2023, o blog de Malu Gaspar solicitou à Presidência da República a agenda de compromissos da primeira-dama, incluindo detalhes sobre eventos e atas de reuniões que ela tenha participado. No entanto, a Casa Civil rejeitou o pedido, argumentando que Janja não ocupa oficialmente um cargo público e, portanto, não está sujeita às mesmas obrigações de divulgação de outros agentes públicos. A negativa motivou o blog a entrar com um recurso, que ainda está pendente de resposta.
Situação semelhante aconteceu em março e abril de 2024, quando a ONG Fiquem Sabendo fez pedidos detalhados sobre a agenda de Janja e informações relacionadas à sua equipe de apoio. A resposta da Casa Civil foi a mesma: a negativa baseou-se no argumento de que a primeira-dama não possui vínculo oficial que a obrigue a tornar públicas essas informações.
Debate sobre transparência
A recusa do governo federal em fornecer informações sobre a primeira-dama gerou um debate sobre os limites da transparência pública. Para a Transparência Internacional, o fato de Janja participar de eventos oficiais e desempenhar um papel público, mesmo que de forma não oficial, já justifica a necessidade de maior clareza sobre suas atividades.
A organização alerta que a falta de informações concretas não apenas compromete a transparência, mas também pode afetar a confiança da sociedade em práticas de boa governança. O caso reforça a discussão sobre o papel de figuras públicas que, embora não ocupem cargos formais, podem impactar as políticas e eventos oficiais.
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